Tenho observado – e posso estar errado... Ivan Martins
Tenho observado – e posso estar errado – que o amor é um sentimento claro e absoluto apenas para quem não desfruta dele. Nós amamos, desesperadamente, a pessoa que nos deixou. Nosso amor é óbvio, e inabalável, por aquela criatura que nos deixa em permanente incerteza. Amamos ferozmente, claro, quem nunca deu sinal de nos querer. Se isso tudo é verdade, a moral da história é muito clara: nós amamos, realmente, e de forma permanente, o nosso desejo. Quando ele está saciado – pela certeza do amor e da presença do outro – então já não temos tanta convicção. Faz parte da nossa natureza perversa, eu acho.