Deixe que nós, Cristãos, tracemos... J. C. Ryle
Deixe que nós, Cristãos, tracemos todos os passos da carreira de nosso Mestre, desde a oficina de carpinteiro em Nazaré, até a cruz do Calvário. Veja como, em toda companhia e posição, pelo Mar da Galiléia, no Templo de Jerusalém, pelo poço de Samaria, na casa Betânia, entre os Saduceus escarnecedores, ou os publicanos desprezados, a sós com os Seus discípulos fiéis, ou cercado de amargos inimigos, Ele é sempre o mesmo – sempre santo, inocente, imaculado; sempre perfeito em palavra e ação. Note que combinação maravilhosa de qualificações aparentemente opostas pode ser vistas em Seu caráter. Atrevido e sem rodeios em oposição à hipocrisia e à auto-justificação, brando e compassivo ao receber o chefe dos pecadores; profundamente sábio ao discutir diante do Sinédrio; simples, para que uma criança possa entendê-lo, ao ensinar aos pobres; paciente em relação aos Seus discípulos fracos; imperturbável no temperamento com a provocação mais afiada; considerado por todos a Sua volta; simpatizante, abnegado, com espírito de oração, cheio de amor e compaixão, totalmente altruísta, sempre com Seu Pai, sempre fazendo o bem, continuamente ministrando aos outros, e nunca esperando que os outros o ministrem – que pessoa nascida de uma mulher já andou na Terra como Jesus de Nazaré? Nós provavelmente nos sentimos humilhados e envergonhados ao pensar que até o melhor de nós é muito diferente do nosso grande Exemplo, e que pobres e borradas cópias de Seu caráter nós mostramos à humanidade. Como crianças descuidadas na escola, nos contentamos em copiar aqueles a nossa volta, com todas as suas faltas, e não olhamos constantemente para a única cópia que não tem faltas, o único Homem Perfeito, no qual até Satã não encontraria “nada.” (João 14:30) Mas uma coisa, em qualquer proporção, temos que admitir. Se os cristãos, nos últimos dezoito séculos, tivessem sido mais parecidos com Cristo, a Igreja certamente teria sido bem mais bonita, e teria feito muito mais bem para o mundo.