A LÍNGUA Oh língua ferramenta imbuída... Marta Freitas
A LÍNGUA
Oh língua ferramenta imbuída
Em emitir o pensar
Com a nobre tarefa
De deleitar almas
Entoas como a mais feroz
Das armas
A mais terrível das dores
E como em um escorrer
Espessos e cortante língua...
Tornas-te vil, sombria
E ma
Porventura não seria tu
Objeto de prazer?
De satisfação?
Porque almejas a impiedade
Não sabes, pois tu
Que a noite encobre
O dia?
Por ventura esqueces-tês?
Que o alimento sacia o corpo
E a doçura a alma?
Entretanto sois a pior de todas as pragas
O pior de todos os venenos
Aquele que corre e escorre
Sois uma aversão maldita
Pútrida dentre teus finos lábios
Te tornastes
A mais vil dentre as criaturas
Dentre todos os órgãos
Dentre a torpe restou
Apenas tu Língua ...
(Marta Freitas)