"A rosa se apaixona pelo cravo... Carol Manzoli Palma
"A rosa se apaixona
pelo cravo
cravado em si pelo superego.
A rosa contempla
o cravo
pouco IDentificado em si.
A rosa interage
com o cravo e
descobre-o sem ego.
A presença da rosa
provoca no cravo
uma tensão reveladora
de sua falta de IDentidade.
O cravo projetadamente canaliza
na rosa a ausência
de figura genealógica
faltante em seu jardim.
A rosa tão rosada
acordada na madrugada
da inocência um dia constata
a vontade de devolver ao cravo
a tríade de Freud.
Pobre rosinha,
certas coisas não lhe pertencem.
E nessa realidade que a ambos restou
foi assim que a rosa despedaçou
e o cravo saiu ferido
após acordarem para a vida
embaixo da sacada"