– Ele é bem sexy. - Rebeca sorriu. E... Miriam Mello
– Ele é bem sexy. - Rebeca sorriu. E eu senti vontade de fuzilá-la. Onde estava Tia Anne e será que ela a tinha visto? - Sabe, na sua idade, eu costumava me apaixonar facilmente. Mas da mesma forma que eu me apaixonava, eu esquecia. Tinha muitos garotos apaixonados por mim, e eu quebrava o coração de cada um. Um por um. Certa vez, o meu coração foi quebrado. Eu me senti destruída, sendo pisada com saltos de agulha. Parecia que haviam esmagado meu coração, meu Deus, doeu demais. E quando finalmente eu parei de chorar, pois as lágrimas haviam secado de tanto caírem, eu aprendi uma coisa: não posso me dar ao luxo de me apaixonar. É melhor seguir assim, fria e vazia. Sentimentos provocam dor e eu não sou masoquista, então não gosto de me doer por ninguém. - eu a ouvia atentamente. - Anos mais tarde eu conheci seu pai, eu invejei sua mãe. Ela era tão feliz, por que eu não podia ser? Por que eu tinha que ser esse vazio oco e sem vida? Então eu descobri que seu pai foi o garoto que partiu meu coração e me deixou arruinada. Eu me esforcei ao máximo para ficar atraente e o tomá-lo para mim, e veja bem, eu consegui. Sua mãe era uma ótima mulher, coisa que eu nunca fui. Eu não amo seu pai, só amei na adolescência. Mas eu o queria para mim como prêmio de consolação por ter um coração despedaçado. Então eu o traio com outros homens, e fico por aí, com os restos de mim mesma que sobrou. Eu acho que não superei. Dói admitir que a única coisa que amei na vida, foi a que me destruiu. E que me deixou isso aqui... Uma pessoa vazia e amargurada.