Eu interior A beleza, quando imensa,... Allan Caetano Zanetti
Eu interior
A beleza, quando imensa, parece absurda
Enxergada de longe, quase inalcancável
Ela é, na verdade, plenamente realizável
Pela alma, fruto do sonhar, do ser e do estar
De nada adiantariam mil vidas, todas elas
Sendo rotineiras, comuns e pouco vividas
Se o espírito não se elevar, o corpo é vago
Somente a imagem de aparência antiga
A esperança, embora forte, não sobrevive
Sozinha e sem a ambição de fazer o novo
Os atos, muitas vezes estranhos, estes dizem
O que todos buscamos e antes ocultamos
A ficha sempre cai, vem à tona, sem dó
É preferível que haja a chance do pior
Pois só assim a surpresa triunfa poderosa
Quando menos se espera, ela é generosa
Sejamos, então, gratos ao nosso eu interior
Não nos abandonou nas crises frequentes
Soube se mostrar grande e venceu o terror
Que poderia crescer permanentemente.