Fiquei horas contando moedinhas... Raniere Gonçalves
Fiquei horas contando moedinhas esquecidas
numa caixa de sapatos.
Enquanto eu as separava memórias
dos tempos magros me vieram.
Bitucas juntadas e desfiadas no cachimbo.
Pinga com mel.
Casinhas de cachorro com pão e mortadela
de almoço dividindo o dia...
Meu irmão me dizendo: "tô tão pobre que tou tomano
manga da boca de porco".
Hoje tudo isso é apenas alegoria.
Aquele pobre nem existe mais nesses dias.