MADRUGADA VIVA Um copo da bebida de... Andressa. S
MADRUGADA VIVA
Um copo da bebida de colarinho branco, você e sua nicotina distribuída, o vento, a noite, as pessoas, o avesso de pessoas, o som, o mover das árvores, indicação de vida na madrugada adentro.
Troca de conversas, olhares, sentimentos, carícias, troca de alma.
Me vejo exatamente vivenciando tudo outra vez, vivenciando a sua cara de avesso ao ambiente, seu desejo de liberdade tão aparente, como uma águia em vôo rasante no céu.
As olheiras marcantes de noites mal dormidas e bem bebidas, ou comidas. As mãos macias e oxigenadas a percorrer em toda extensão da minha perna, a fim de promover a troca de calor.
Ameaças de invasão em banheiro público, quando o instinto do cinqüenta tons fala mais alto.
A maneira, a doce maneira de tragar toda a fumaça do cigarro, ou a advinda de mim e depois soltar, formando nuvens, algodão doce, sombras, vestígio, pegadas, me formando ou tornando-me uma passiva ativa ou vice e versa.
A linda vista, a vista mais linda e instigante, despertadora de todas as emoções e desejos possíveis, o perfume sedutor, o natural e o artificial ao fim da trama, corpos predisponentes as armadilha da sedução.
O cheiro de bebida, embebida com a fumaça do cigarro, a despedida, e a certeza de não passar de uma farsa, teatro enriquecido, encenação eloquente. Bem vindo ao espetáculo da madrugada!