TORTURA FRIA Vivo assim, um tanto... Poeta Dolandmay
TORTURA FRIA
Vivo assim, um tanto desesperado.
Busco a sombra do sol na noite fria...
Por queimar-me a pele a luz do dia
Onde me pus o coração desprezado!
Vivo, assim, sob o mantéu enfeitado.
A devorar a minha vultosa nostalgia...
Vê-me a lua: sou a estrela fugidia
Que o deste o clarão tetro sufocado!
Sim, eu sou o Poeta que te enfeitas,
Que não quer no mundo a tua dor.
Sou quem tu vês, no leito que deitas!
Sim, que seja em mim o teu langor...
Por devorar-te a noite que rejeitas,
Por queimar-me a pele o teu amor!