Quase sempre nos acomodamos às... Aíla Sampaio
Quase sempre nos acomodamos às situações e deixamos de seguir em frente; recuamos diante do fim de um relacionamento que há muito não nos satisfaz, adiamos projetos que impliquem renúncias, nos acomodamos à mornidão da vida, porque tememos o estado de ebulição dos sentimentos, temos medo do vai-e-vem da gangorra e de tudo o que ameaça a nossa comodidade, sem nos darmos conta de que podemos estar sentados sobre um barril de pólvora. Na verdade, sempre arranjaremos desculpas para a nossa letargia, para fugir da responsabilidade de assumir riscos, e esperamos que a explosão da nossa inércia parta de acaso, como se, do mesmo modo, não fôssemos arcar com as consequências da nossa apatia. Somos resistentes às mudanças porque tememos os desafios e não nos dispomos a enfrentar o desconhecido que somos pra nós mesmos.