JUGO DESIGUAL Muitos meninos e meninas... MGT

JUGO DESIGUAL

Muitos meninos e meninas já levaram um “fora” ouvindo a seguinte sentença: “A luz não pode se misturar com as trevas.” Ou seja, teoricamente os que pronunciam esta declaração seriam a luz enquanto os que a ouvem seriam as trevas. Diferentemente do que acreditamos, isso acontece não só entre um cristão e um não-cristão, até mesmo um simples contraste na denominação já é motivo para o famoso jugo desigual.

Nessa linha, a salvação pelo "crer" já não é o bastante, o pretendente necessariamente teria de ser da mesma religião, da mesma denominação e se possível, ambos, congregarem sob o olhar de um mesmo líder. Tudo isso é teorizado a partir de uma declaração que Paulo fez aos coríntios. Entretanto, quando o apóstolo se referira a jugo desigual não criara um mandamento, muito menos fazia alusão entre crente "x" e "y”, mas sim ao fato de que muitos judeus e pagãos tentavam persuadir os recém-cristãos a abandonarem a fé.

Essa incapacidade de interpretação textual e contextual tem levado milhares de pessoas a viverem um “Romeu e Julieta religioso.” Guiados por líderes que pretendem isolar seu rebanho de qualquer idéia que não comungue com suas análises, estes instauram uma espécie de intervenção governamental na vida do fiel e freqüentemente metem a colher onde não deveriam. Não compreendem que o amor quando verdadeiro só pode vir de uma única fonte, Deus. Não existe “amor das trevas”. O Amor é uma virtude que procede singularmente do Senhor.

Ora, se me considero luz por que haveria de temer as trevas? Por acaso a luz não dissipa a escuridão? Por acaso a verdade não prevalece contra a mentira? Por acaso o bem não sobrepuja o mal? Pelo que saiba a luz permeia qualquer negrume e nele faz clarão.

Considero sim que para uma relação ser sólida um e outro devem propor subir o mesmo monte. Isso não implica que ambas devem compartilhar exatamente os mesmos credos, mas sim fome e sede de um sentimento inalterável. As equalizações entre os jugos não devem acontecer nos contextos institucionais. Logo, todo lugar que é pisado por homens está sujeito a variáveis tipos de negatividade como a inveja, o ciúme e os preconceitos. A relação deve constituir-se no âmbito da suma mensagem do Cristo, o Amor!

Cabe aos discípulos selecionarem seus companheiros pelas lentes registradas em Mateus, Marcos, Lucas e João e não pela intromissão dos Mateus, dos Marcos, dos Lucas e dos Joãos. Leia e releia o evangelho, compreenda a mensagem de Jesus e busque no seu pretendente as virtudes cristãs não as crendices cristãs. Não crie dentro de si um ambiente de preconceito religioso, mas analise o coração. Pois o amor sempre há de prevalecer sobre as diferenças e a luz de triunfar sobre as trevas.