Se não fosse de verdade, eu não diria.... Elvis Danilo
Se não fosse de verdade, eu não diria.
Era domingo, chuva, beirávamos o mar com passos curtos.
Não tão curtos quanto o tempo!
Sem abrigo o que restava era a água escorrendo pelo rosto e o sorriso na mesma face.
Ela pegou em minha mão e quis correr, não deixei, a despenteei, mesmo assim escapou.
Naquele momento era bom se deixar levar.
Perto do céu, não o das estrelas, o da boca.
Quando caída ao tropeçar na areia molhada, fiz-me de toalha.
Se não fosse de verdade, eu não diria.
Senti, vivi, esqueci. Do momento? Não. Do tempo.
Bem parecido com a essência que flui das flagrâncias celestiais.
É seu beijo.
Hombridade, capacidade...
...profundidade.
O que é profundidade? Conhecer bem algo?
Se for isso, sou raso. Não quero ser profundo no amor, quero um amor profundo.
Sou raso, sou fraco, sou pó. O que sou? Sou nós dois.
Esqueci de novo. Não do tempo, mas de dizer dois pontos.
.Existia um abrigo. Era ela!
Outrossim, pra dizer, bem assim, que sendo assim, não existe ninguém assim.
Assim como? Assim do nosso jeito.
Mais um ponto: ou melhor, dois pontos...
...três pra não ser injusto!
É que ao cair junto ao mar, ela derrubou o desprezo, o orgulho e o desamor.
Deixou plantado firmemente ao solo ramalhetes de sentimentos que por dentro se despiam e a sua nudez é raramente bela.
O que eu vi? Vi, vivi, sobrevivi, revi e pude ouvi quando ela perguntou: me ama?
Respondi sim, pois é simples como tudo.
O difícil é ter alguém que possa sentir o que sentimos um pelo outro.
Mim por ela e ela por mim. Entendeu? Não? Ame e entenderá.
Sim, eu te amo e se não fosse de verdade, eu não diria.