Badulaques Quando, enfim, da minha... Sueli Fajardo
Badulaques
Quando, enfim,
da minha existência
me for,
que fiquem espalhados
todos os meus pertences,
apegos desapegados,
soltos, não camuflados,
provas da minha vivência.
Serão apenas
meus badulaques,
disformes, angulosos,
desajustados,
a preencher vazios,
a explodir lembranças.
Espero que
estando espalhados,
alguém os recolha
em algum canto
abandonado,
esquecido,
perdido do coração.
Na pior das hipóteses,
que continuem assim
espalhando...
espraiando...
espalhando...
restos do meu ser
inacabado,
pedaços de mim.
SueliFajardo