Relógio Parado Não tenho muitas coisas... Douglas Ferreira
Relógio Parado
Não tenho muitas coisas para lhe dar, nem o amor. Tenho medo do futuro, tenho medo de não lhe dar o que deseja, de não poder te dar a segurança que você quer. Bom, eu me viro do jeito que posso, na solidão escrevo, na tristeza choro, na dor fujo, na paciência espero e no amor eu corro. O mundo parece difícil quando se navega para o sul, se todos os apaixonados vão para o norte. Eu escrevo para ser só, enquanto muitos escrevem textos direcionados à alguém ou tem motivos para escrever. Meu íntimo é triste, minhas forças são fracas e minha disposição de mudar o que eu chamo de vida, é simplesmente pequena demais; faço do meu jeito um jeito. Eu gosto do seu sorriso, gosto até do seu piscar de olhos, mas não gosto dos limites, das descrições, da preocupação e principalmente do atraso. Todos querem ir para frente, querem forçar para conseguir entrar fortes na monotonia, mas é tudo utópico demais, fantasioso ao extremo. Eu poderia ir de bicicleta para todos os lugares do mundo, sem avisar ninguém e ninguém iria querer ser avisado também, porque eu não faço falta e todos sabem que eu não quero fazer com que pareça que eu preciso da saudade dos outros, eu sempre consegui me virar sozinho e hoje não será diferente, mas o que eu faço agora ? Hoje tenho você, sempre que penso em fazer loucuras, vem sua imagem na minha mente, seu sorriso e eu não consigo de maneira nenhuma destruí-lo e na verdade nem quero, só não queria atrasar a velocidade com que sua beleza brilha, e assim, atrasar a vida que você sempre quis outrora.