A moldura imperfeita não se revela um... Luiz Roberto Bodstein
A moldura imperfeita não se revela um obstáculo para que a sensibilidade do apaixonado pela arte identifique a obra prima trazida a destaque por suas dimensões físicas. Assim, o corpo atrelado à alma que descobrimos amar pode realçar-lhe a beleza, mas é a magia do artista colocada na tela a essência que irá atrair, como um ímã, os olhos de Eros. E então, em dado momento, a atenção antes voltada unicamente para a obra descobre a harmonia da moldura à sua volta – até desprezada a princípio – e desperta para o conjunto absolutamente perfeito que forma com a arte pela qual nos apaixonamos. É quando descobrimos que ela se mistura às cores da tela e lhe dá a ênfase que faltava para que pudéssemos absorver – sem limites – a plenitude da obra.