Santuário destruído Perdi meu... Pablo de Paula Bravin

Santuário destruído


Perdi meu santuário, parte de minha alma e fardo
Simplesmente se foi, me deixando amargurado
Os momentos sublimes e regozijantes com ela estavam
Ela era parte de minha existência, que agora me deixaram


Saudade da ternura, do sorriso e da alvorada
Do amor, da meiguice e da madrugada
Saudade dos passos que ela dava em minha direção
Pensando ser banalizada, mal sabia que era dona do meu coração


No pedestal da suprema excelência, estava a dama de mechas douradas
Eu, ao longe observava, contemplando algo que minha mão não alcançava
Com uma formosura que eu não ouso explicar
Estava aquela que vive além do paraíso estelar


Quem ocupará este lugar, se nada existe para comparar?
Martirizada estará eternamente a minha alma, que perpetuamente estará a vagar
Procurando a existência de algo semelhantemente sempar
Que inexiste em um universo finito e particular


Tudo o que restou foi um olhar
Que pude apenas por um segundo contemplar
Daquela que é dona dos meus desejos e pensamentos
Sem saber que meu viver depende apenas de nossos esplêndidos e sublimes momentos.