É provável que quem me conhece sabe... Laís Heidemann
É provável que quem me conhece sabe que não sou do tipo de pessoa que espera a hora certa pra fazer as coisas. É o melhor motivo que acho pra explicar essa dose de realidade que engoli agora pouco. A questão é que estou abrindo uma nova ala no meu coração, e não está nomeada. É o lugar onde ficam as coisas perdidas, como a minha coragem que se foi à muito tempo e quando fui procurá-la, quase acabei caindo nessa ala: quase me perdi. Vamos apenas dizer que eu seja um tanto quanto peculiar quando se trata em guardar sentimentos, lembranças e mágoas. Medo também, quando o caso é entregar aquela parte do coração que não deveria sair nunca - nunquinha - daqui de dentro. É como quando a noiva joga o buquê pro tumulto e sempre o malvado que pega. Pobre coração. Lamento sempre quando ele volta reclamando que nunca miro bem, e que preferiria cair no chão do que nos braços de um novo canalha. Eu pediria desculpas se fosse adiantar algo, mas erros são erros, e minha especialidade, sem querer me gabar. Também não é nada que me orgulho, mas prefiro ver pelo lado positivo, se é que há. Mas se eu conheço bem minhas sensações, há algo certo em tudo que acaba: o finito. Acho melhor, mais seguro. O infinito sempre foi lindo, mas parece o tipo de caminho que alguém segue parar viver uma vida sem limites, e se há uma coisa que eu conheço em mim é que eu tenho limites absurdos, que dirá sem eles. Eu seria o caos em pessoa, se já não sou. Deixo assim, mal dito, pois o que foi nunca mais será, e eu já fui muito segura do que fiz. Agora apenas improviso, esperando alguma brecha que me faça ser livre e ultrapassar os limites que me prendem aqui.