"Nunca acreditei no ‘pra... Chap

"Nunca acreditei no ‘pra sempre’, mas te exclamei até meu ponto final."

Não é grosseria quando você aprende a traduzir olhos que frequentemente desviam dos seus; mãos que não param de gesticular. Beijo não se pede. Roube-a num assalto passional. Silencie a timidez com desejo e mão na nuca.
Saiba que a única parede que impede isso acontecer é a sua hesitação. Beijo é calor, não um favor.

Ela tinha algo e eu não sabia que algo era. Eu sabia é que a espera era amarga. Que guardar amor é frio; é inverno. Então eu contei tudo. Depois do beijo roubado e do tapa recebido, eu contei tudo. Disse que aquela paixão gritava. Que ou a beijava, ou a terra toda pararia de girar. Ou eu beijava, ou o sentido de tudo se esvairia. Mesmo que fossem apenas milésimos de dor; são esses que levam anos da gente.
Quando percebeu minhas intensidades, meu coração acelerado e a ansiedade que só paixões causam, ela se entregou. Disse que em mim tinha algo que ela sempre gostou e não sabia o que era.
Na verdade, até hoje não temos certeza do que é, mas sabemos o que está. Deixamos o tempo e os formatos de lado. Nosso roteiro é desses guiado por vôos altos, não por vaidades da tradição. Não somos algo, mas estamos e estamos muito.
Nunca contei nada, mas a real é que desconfio qual era aquele algo que ela tinha e ainda tem. Era a intensidade e a liberdade. Era esse calafrio quente que só sonhos livres causam na gente.
Ela chegou com asa na alma.