Talvez sejamos ímãs, mas esqueça, por... Gustavo Lacombe
Talvez sejamos ímãs, mas esqueça, por ora, das cargas que carregamos - aqui só há espaço para energias positivas. Só que, num movimento básico em que há uma atração, ao chegarmos perto, um dos dois se repele. Engraçado porque, se estivéssemos falando de cargas, as vontades teriam que ser iguais para ficarmos juntos, não nos repeliríamos. Calma, hei de mostrar meu ponto. No mesmo instante em que nos aproximamos e, quase colados, nos afastamos, passamos um tempo longe. Talvez a trajetória descrita pelos corpos não seja totalmente clara, mas o tempo distante nos incomoda. E, de volta aos eletromagnéticos, voltamos a nos atrair. Não importando quanto e como e onde os dois andavam longe. Há um choque iminente, uma colisão frontal de medos, expectativas e desejos que só mesmo a razão seguraria. É aí, no mesmo ponto em que já estivemos antes, que há um freio. Não há culpa, não há desentendimento. Há um medo que, no caso de corpos tão próximos, causa repulsão e, mais uma vez, faz com que as duas pessoas que se pedem, num segundo, logo voltem a se distanciar. Vai entender. Algumas coisas carregam tanta carga na gente que não encontram terreno para evoluírem e deixarem atrair de vez para o destino que essa força estranha chamada vontade empurra.