Na solidão da vida PARTE III: - Clara?... Sabrina Niehues
Na solidão da vida
PARTE III:
- Clara? É você?
Os dois sorriram e se abraçaram. Roberto viu que o acompanhante de Clarice os encaravam. Ele se afastou rapidamente.
- Você está linda, Clarice.
- Você também está ótimo, Roberto.
- Então, como você me reconheceu?
- Eu vi nos seus olhos que era você.
Ele sorriu. Ela também. Como nos velhos tempos. Ele disse:
- Eu tenho que voltar ao trabalho, Clara. Então, será a gente vai poder se ver novamente?
Ela olhou para o chão procurando uma resposta. Então disse:
- Vai ser um pouco difícil, ando com muito trabalho. Mas você vai continuar aqui, não vai?
- Certamente que sim.
- Então, eu voltarei. Assim que der eu voltarei.
Então ela o abraçou mais vez e se afastou.
Após 4 dias, Rob estava saindo do restaurante, indo embora, quando se virou e deparou-se com ela mais uma vez. Ele sorriu, e disse:
- Que bom ver você. Pensei que não fosse voltar.
- Eu disse que voltaria. Mas então, será que podemos ir pra algum lugar conversar? Na sua casa?
- Eu não tenho uma "casa". Moro em quartinho aqui no fundo do restaurante e então aproveito para tomar conta dele, já que meu patrão mora um pouco longe.
- Ah, o.k., então vamos ao seu "quartinho".
Os dois saíram, deram a volta pelo restaurante e entraram. Ela ficou surpresa por ser um lugar tão bem arrumado. Era pequeno, mas era limpo e organizado.
- Sente-se, por favor. - ele disse, apontando a cama - Eu sei que é pequeno e talvez não um lugar apropriado para conversarmos, mas é tudo o que tenho.
- Ah, pare de bobagens, é um lugar aconchegante e muito receptivo.
- Ah, obrigado. Mas então, como vai a vida?
Eles conversaram sobre todos esses anos em que estiveram separados. Ele contou-lhe seu rumo e ela falou-lhe sobre sua vida magnata. Depois de terminarem, ele perguntou:
- Mas então, quem era aquele homem que lhe acompanhava?
- Ele... É meu futuro marido.
O estômago de Rob despencou. Ele sentiu como se toda a alegria de sua vida estivesse sumido em único segundo. Como se já não valesse mais a pena viver.
- Vocês vão se casar? Você vai casar?
- Na verdade, não é de minha vontade. São meus pais que querem isso. Eu não amo ele. Ele é um cara bacana e lindo, mas não o amo. Eu não quero me casar com ele.
- Então por que vai casar?
- Eu não preciso me casar com ele.
- Como assim?
- Nossas famílias querem isso, e ele também. Mas eu não. Nós poderíamos fugir.
Rob encarou-a por um instante e então riu. Ela perguntou:
- Tá rindo do que? Qual o problema?
- Como é que a gente vai fugir? Com que dinheiro? Pra onde?
- Bom, eu devo ter algum dinheiro guardado. E você?
- Acho que tenho sim, mas não é muita coisa. E como nós iríamos?
- Bom, eu não sei. Eu só sei que não quero me casar com ele. Lembra-se da promessa que lhe fiz? Que quando eu lhe encontrasse eu ficaria com você para sempre?
- Eu me lembro perfeitamente.
- Então? Você não quer ficar comigo?
- Eu te amo. Eu te amei durante todo esse tempo, todos esses anos, desde o primeiro instante que te vi. Eu ainda te amo. E sempre vou amar.
Ela se levantou rapidamente e lhe deu um beijo.