Delírios... Recreado, posto sob a luz... Moysés Magalhães

Delírios...

Recreado, posto sob a luz do dia
Que para mim, noite se torna
Rugindo a escuridão
Tentando me tragar

Delira-me dentro de uma caverna
Criando cartas e cartas
Frases não vertentes
Que um dia inspirei-me

A luz de velas
Que meramente apenas me aquentam
O frio do meu corpo e alma
Um espírito pálido e doente

Manchas tristes escorrem no pulso
Que jamais imaginara amar
Amar e ser tragado
Vencer e ser dominado

Esperanças que um dia se foram
Amores que um dia viajaram
Dores que me corroem
Mesmo não aceitando-as em mim

Incerto sozinho estou
Com prantos e âmagos
Flores e perturbadores
Lágrimas apáticas

Uma anestesia se infiltrou
Até me reconheço mais assim
Perdido em pensamentos
Latentes e indizíveis

Bom é poder cuidar
E ser cuidado
Há quem cuide de um filho
Assim como que o abandone

Iras vindouras e passageiras
Dão espaço ainda mais marcante
Que os bons momentos
Pois estes ultrapassam

Simples ações
Até debalde à vista
Mas que transformam
Alegria em melancolia...