Quando chegarmos num só pensamento,... Diogo
Quando chegarmos num só pensamento, não precisaremos nos unir com tantas dificuldades para um único entendimento incompatível. Essa espera, por um único pensamento, é a força de vontade fundamental que nos coloca diante do vazio incomunicável. Mas entre o que pensar, e, em o que pedir para pensarem conjuntamente sendo um, é a licença poética difícil de semelhantes trabalhando verbalmente em conjunto total. Nem que essa coletividade não nos faça avançar em conjuntos unitários. Mesmo sendo uma união de conjuntos vazios, contudo, entre os dois persiste, ao mesmo tempo, um vácuo infinito, pois residem em picos distintos, mas guardando o grande mistério. O que permanece no perigo crescente, em busca da salvação, é compartilharmos sempre o que nos pertenceu. A vida! Morrer não é um evento; é uma manifestação a ser compreendida téticamente. Mesmo sendo a locução louca de uma invariável que liga dois termos da mesma função, gramaticalmente a mesma oração, faz conjunções coordenativas e subordinativas. As coordenativas são as que relacionam orações da mesma função. Isso tudo faz parte do pensamento coletivo de pessoas pensando juntas. As subordinativas, o próprio termo já diz: é dependente das coordenas. Em algum momento, acabaremos por compartilhar nossas opiniões sem hostilidade, e então seremos capazes de pensar juntos. Por outro lado, se apenas defendermos opiniões, não seremos formadores delas. Um exemplo de indivíduos a pensar juntos seria o de alguém que tivesse uma ideia, outra pessoa a adotasse, mais outra lhe fizesse alguns adendos. Os pensamentos flutuaríam e sairíamos da situação cômoda, em que as pessoas tentam persuadir umas às outras. Acredito que se elas percebessem a importância da verbalização, trabalhariam com ela. E quando começassem a se conhecer mutuamente, principiariam a compartilhar a confiança. Isso pode levar tempo. No início, você apenas entra no grupo e leva consigo todos os problemas da cultura e da sociedade. Assim, qualquer grupo é um microcosmo do social: há todos os tipos de opinião, os indivíduos não confiam uns nos outros. As pessoas conversam de um modo fútil e, a seguir, menos trivial. No começo elas falam sobre questões superficiais porque tem medo de ir além disso. Depois, gradualmente, ocorre a confiança mútua. O objetivo da verbalização não é analisar as coisas, ganhar discussões ou trocar opiniões. Seu propósito é suspender as opiniões e observá-las e ouvir os pontos de vista de todos, suspendê-los e a seguir perceber o que tudo isso significa. Se pudermos perceber o que significam todas as nossas opiniões compartilharemos um conteúdo comum, mesmo se não concordarmos completamente. Pode resultar que os conteúdos não sejam muito importantes, pode se tratar apenas de pressupostos. Mas se pudermos examinar todos eles, seremos capazes de nos mover de maneira criativa em direções diferentes. Poderemos simplesmente compartilhar a apreciação dos resultados: e dessa totalidade a verdade emerge sem se anunciar, sem que a tenhamos escolhido procurar o pensamento.
"Agente só sabe bem aquilo que não entendemos."