Súplicas à Pérola À Maria Rita Eis... Naty Parreiras
Súplicas à Pérola
À Maria Rita
Eis que surge ela
A não espera árdua de ser ela
E grita a Cinderela
Quem dera-me ser ela
Rita, Maria, Séria
Quisera minha súplica poder-te tão sincera
Quisera-me Maria ser-te Rita
Ser-te rítmica minha súplica
Ser-te-me tão lúcida a tua música
Que grita
Pondera
A dor da Cinderela
Que era ela
Antes do debruçar de tuas querelas
Querê-las querem às bélicas
Belas ao bálsamo de Rita, Maria, Séria.
Eis que surge ela...
Eis que surge o grito
O medo assombra-se do mito
O mito apodera-se do grito
E grita
Rita, Maria, Séria.
Quisera-me ser lúdica a empírica tua quimera
Quisera-me ser mito tua afronta mais sincera
Quisera-me ser grito, o debruçar mais bonito
No ímpeto que vocifera, algoz
Quisera-me a Cinderela silenciar em tua voz.
Eis que surge o tempo
Assombra, assopra-nos tão lento
Prende o ar, faz ciumento
Herda telepático o tormento.
Eis que surge ela
Eis que se apodera
Já não era mais sem tempo.
Seu tempo
Tempestuosa
Rita, rima, rasgo e prosa
Ela rasga, ela arrasta, sinuosa
A esfera de argila
Que no palmo de seus aplausos
Desfibrila
Se desbota
Ao embevecer-se com suas notas
Pudera...era ela
Rita, Maria, Séria.
Cinderela trapos d'alma
Pedaços fugidios
Do meu eu tão tardio
Que derrama
Quando grita
Quando Rita, Maria, grita
Esvaí-se em delírio
Bonita
E inflama
A flâmula escarlate que aprisiona
Acústica
O meu eu
O meu erro
De angústia
De não ser lúdica
A tua música
De ser flauta no frio
De tua astúcia...
Bonita
Regenera
Rita, Maria, Séria.
Quem dera-me ser ela
Quem dera-me, Cinderela
Sentir-te pés lúcidos n'água, aguarela
Translúcida em teu timbre que suplica
Pela pérola
Que supera...
Mas a pérola
Era ela...
Rita, Maria, Séria