Fuga de Ases (Fugazes) Exilado em sua... Naty Parreiras
Fuga de Ases (Fugazes)
Exilado em sua caixa mágica, travava diálogos improváveis e reproduzia assim a impossibilidade de tê-la sua, pura e imaculada de seus mesmos pecados de poesia.
Num mantra expurgava sua alegoria e numa outra casa abrigava aquela outra, implícita nos mesmos traumas em que jazia.
Sentada no meio-termo de uma avenida qualquer tumultuada de seu esquecimento, ela apalpava seu desapego... Sofria o silêncio de sua desistência alada, dessa capaz de transportá-la à paz dos justos. No olho, aquele grito acordado que brilhava toda uma nova era de sonho. Ela seria livre e aquela rua (a dor) enfim, atravessada.
Mas quando o tempo se fez hora exata, olhos entreolharam-se estranhos, abdicados da premeditação da cena... Estancados e estrangulados em odes raros ao poema.
Erraram-se exatos
Erraram-se apenas
No instante exato
E erradicaram-se apenas.