Proposta Indecente Desejo... Palavra... Naty Parreiras

Proposta Indecente

Desejo...
Palavra inexplorada,
Aflorada,
Fantasiosa,
Densa, temerosa.

Palpitante,
Desconcertante,
Risco assumido,
Perigo não corrido.

Porta entreaberta,
Instigante,
Idéia vaga,
Mas não errante.

O arrepio inoportuno,
O gosto do infortuno,
O mais bem aventurado,
Mesmo que nunca experimentado.

Poesia não rimada,
Noite não enluarada,
Já se foram as regras,
Pois ele corre às cegas.

Nas minhas veias,
No meu sangue,
Na minha alma que se esparrame.
Antes um ato descabido,
Do que um amor não sentido.

Sem palavras,
Sem tratos,
O código subentendido por fatos.

Sem sentido
Como amigo,
Delirante
Como amante.
A explosão da libido,
Meu corpo pelo teu aquecido,
Como jamais quisera antes.

Povoa meus devaneios,
E com seus olhares matreiros,
Me leva ao êxtase ligeiro,
Querendo seguir adiante.


Vontade de te sentir ao meu lado,
Tocando minha pele,
Meu corpo molhado.
De percorrer tua boca,
E ouvir tua voz rouca,
Dizendo que sou louca,
Por ter me entregado.

Todos os meus sentidos,
Bem como meu corpo aturdidos,
Nesse teu toque que embriaga,
Com exatidão tão vaga.
E prazer garantido.

Teu jeito, teu rosto,
Teus braços, meu encosto,
As estrelas como testemunha,
De um amor que ninguém supunha.

A mercê da tua paixão,
Assumida, desesperada,
Sem medo, sem razão,
Me declaro apaixonada.

Porta escancarada,
Insaciada,
Idéia certa.
Só mais um sonho,
Mas te proponho,
A descoberta.