“Não há fórmulas para o amor. Não... HR
“Não há fórmulas para o amor. Não há manual de instruções. Não há pré-requisitos. O que você acha infantil em alguém, você acha doce na pessoa que você ama. O que você acha sem graça em alguém, você ri bobo com a pessoa amada. Enquanto você pensa que alguém é idiota demais, quando há o amor você percebe que idiotas são os outros. Sem algum porquê ou razão especial. Seja por um furo no queixo ou por um belo par de olhos verdes. Mas não todos os olhos verdes. Aqueles dois olhinhos verdes por debaixo daquela sobrancelha fina que compõem todo o corpo do seu amor.
Não tem como destacar as qualidades que você mais procura em alguém. Se fosse assim, os que não bebem, não fumam e gostam de John Mayer teriam filas enormes em sua porta com pedidos de namoro. Assim como, também, você percebe que quem você ama não gosta de The Big Bang Theory, mas você está tão apaixonado por aquela pessoa que ignora o fato dela não rir das piadas mais divertidas do mundo.
Na escola, a gente aprende mil coisas desnecessárias, regra de três, valor X e calcular a hipotenusa. Mas não há uma aula sobre o amor. Não há o bê-a-bá. A gente ama e só. Talvez, uma coisa ou outra em comum ajude também. Filmes do Cameron Crowe. Os contos do Gabito Nunes. As músicas do Jack Johnson. As pinturas do Salvador Dali. Mas essas coisas são apenas cartas na manga para quando o assunto acabar. O amor já estava ali, em silêncio, entre um sorriso e outro. Entre uma troca de olhares ou outra coisa qualquer.
O amor precede o amar.
O amor é como se molhar antes do mergulho. É como saciar a fome antes do jantar. Amor é salivar. Não há livros de receitas. Não há bíblia. Não há religião que explique. Amor é um sonho que a gente sonha acordado. Amor é andar de mãos dadas mesmo com quilômetros de distância separando os amantes. E saber que pertinho pode até causar saudade.
Amor é dormir de conchinha, mesmo odiando os fios de cabelo voando em teu rosto. Amor é dizer “sim” quando quer dizer “sim”. E saber dizer “não” quando quer dizer “não”.
E amor é, também, mudar de opinião.
Nunca teremos respostas exatas sobre o motivo que um relacionamento deu certo e outro não. Há ciúmes. Há brigas. Há sorrisos. Há beijos. Há mil coisas que atrapalham e mil coisas que ajudam um casal. Mas não há peças perfeitas que se encaixam. Amor não é um quebra-cabeças. Relacionamentos dão certos porque era você e porque era aquela pessoa. E só. Por alguma razão, você saiu de casa sem se arrumar querendo apenas ir na padaria. Quando vê, voltou para casa, esqueceu os pães, mas caminhou sorrindo por ter encontrado alguém de All Star cano alto e olhos pequenos do jeito que você gosta.
Pronto, nasceu o amor. Sem motivos astrológicos ou algo assim.
A gente não sabe o porquê de tremer todo quando ele-ou-ela faz aquela cara fechada, franze a testa e tudo fica tão sexy que não conseguimos mais pensar em nada. Nunca teremos a resposta se há razão química-ou-física-ou-sei-lá-qual por gostarmos tanto daquele perfume encontrado no meio das costas de quem a gente ama. Aquele cheiro. Aquele local. Tão único quanto um trevo de quatro folhas. E, não, o amor não é sorte.
Sorte é de quem ama e é amado".