Invejo a ti meu amigo. Do fundo da minha... Charles D'Moi

Invejo a ti meu amigo.
Do fundo da minha rasa alma.
Invejo teus passos firmes.

Eu,
de baixa estatura,
quero passos largos.
Tu,
passas de mim palmos,
tens passos curtos e firmes.

Invejo a ponto de me esquecer disso.
E ao admirar os lugares onde pisa,
O vento passando pelo teu ombro coberto de couro.

Tu és para meu peito
como se ambos fôssemos uma sombra projetando no sol.
Poucas são nossas ideologias,
mas uma das que creio
é que meus deuses residem no meu coração.
E um deles é homônimo a ti.

Não que estivéssemos realmente preocupados em morrer sozinhos.
Pois esse cinza marcado de branco sob nossos pés anda rápido demais,
e não permite o cinza moldado
- o qual se reside abaixo de nossos longos cabelos -
que pensemos em regredir.

Podemos regressar.
O combustível tem que ser novo
para ter um mesmo cinza que sai destes escapamentos.
Novos litros, novos cinzas,
todos os que citei anteriormente.

Mas um cinza de tempo armado para a chuva,
que vai deixar tudo limpo no ar como uma boa briga.