Os sinos balançam e reçoam suas... Douglas Rodrigues da Silva
Os sinos balançam
e reçoam suas badaladas
pelo horizonte.
Como a voz
que há muito tempo
proclama a "boa nova",
dissipa- se seu som
ao sabor do vento.
O dia nasceu
há pouco,
mas seu azul
amanheceu
vazio
e já se faz
cinzento.
O mar cessou
suas ondas,
e no silêncio
da aurora
faz sua prece
para acalmar
o tormento.
Ainda assim
a chuva pende
e desaba o céu
numa poça d'água.
Memórias.
Mesmo na tempestade,
as igrejas
arrebanham uma multidão
de fiéis.
Professam o credo.
Mas comungam
a hipócrisia.
Por isso,
por eles peço perdão,
pois
viver sob o sígno
da cruz
não é pregar
por aí
algumas minguas
palavras.
Pois,
Viver sob o sígno
da cruz
é deixar respalandecer
a luz
que ilumina
as pegadas
deixadas na escuridão.