OCASO São os fados Fatos natos De quem... Márcia Bueno
OCASO
São os fados
Fatos natos
De quem grita
Clama, chora
Pois por descaso
Algum relapso
Mero lapso de memória
Soltou cobras e lagartos
Presos em caixas de Pandora
E o que antes era estanque
Ficou volúvel, virou pó
O que foi doce e aprazível
Feito mel de ambrosia
Virou amargo, vasto, asco
Sorvível cálice de jiló
E passa o vento
Leva o tempo
Num descuido mui profundo
Chega o fim do ciclo, o ocaso
De uma vida inteira só