Sabe a paciência esgota um dia, a gente... Gabriela Feijó
Sabe a paciência esgota um dia, a gente cansa de ver político roubando e não pagando por isso, cansa de ver família sem ter o que comer, cansa de ver índio largado sem lugar pra viver a cultura deles, cansa de ver notícia de jornal que fulano ou ciclano morreu depois de ser assaltado, levaram tudo e mais um pouco, destruição de lares, a gente cansa de ver gente sendo tratada igual a animal quando precisa de saúde, cansa de ver criança de dez anos que nem se quer sabe ler, cansa de tanta impunidade, cansa de descaso com o transporte, cansa de trabalhar um mês inteiro por um salário mínimo, enquanto um presidiário ganha auxílio-reclusão para seus dependentes, chega uma hora que esgota a boa vontade o velho “deixa pra lá não é comigo”, e daí não é com você e nem comigo? É com gente igual à gente, são pessoas de carne e osso que também pagam impostos, que merece ser tratada com respeito.
E mesmo com tudo isso querem que a gente sorria e diga o Brasil é o país da Copa, que sejamos receptivos com os estrangeiros, que o nosso trânsito caótico se transforme de uma hora pra outra em um exemplo de primeiro mundo, querem maquiar nossas imperfeições, querem tapar a ferida e calar o que já vem sendo dito há muito tempo.
Não governo, o Brasil não quer parecer bonito pro mundo lá fora, não quer ser um exemplo de sede de Copa do mundo, não quer ter a melhor transmissão dos jogos e nem os estádios mais caros, só queremos uma coisa, queremos respeito e retorno, queremos um país melhor, queremos honestidade, o que, diga-se de passagem, está quase em extinção quando se trata de política, queremos educação, queremos saúde, queremos uma justiça que seja realmente justa, queremos segurança, e sim caros governantes e mídia sensacionalista tudo isso que esta acontecendo, toda essa mobilização que esta apenas começando é pela mera quantia de 20 centavos, insistam em dizer que estamos errados, que não temos motivos pra tudo isso, o Brasil acordou, essa é a verdade, não queremos guerra, só queremos revolução.