A cada dia que passa nos tornamos mais... Eduardo Orlando Holopainen
A cada dia que passa nos tornamos mais ágeis, observadores, analíticos e inteligentes. Mas o que fazemos com relação a nossa emoção? Será que conseguimos equipará-la junto as nossas evoluções? Somos rápidos na obtenção de dados, na memorização de nomes, números e no cálculo de grandes operações, sejam elas matemáticas ou tantas outras além desta. Mas e quanto ao desenvolvimento da nossa própria emoção? Será que já conseguimos dizer com exatidão qual a quantidade de carinho necessária para termos um pouco mais de atenção daqueles que não conhecemos, que gostaríamos de conhecer ou daqueles que nos cercam? E quanto as pessoas que nos entregam um simples sorriso ao passar por nós diariamente, sejam nas ruas, nos veículos ou nos ambientes que frequentamos, o que elas recebem como resposta de nossas faces? Uma expressão positiva ou uma visível indiferença ou até mesmo algo que aparenta ser ameaçador vindo de nós? Saberíamos dizer quantos estranhos são necessários para que se possa aflorar em nossa alma algo que nos faça refletir realmente? O mundo que vemos vem formando seres humanos capazes de criarem coisas magníficas, tais como os mais incríveis aparelhos ou os mais avançados métodos para melhoria da qualidade de vida, mas se não houver primeiramente antes de qualquer elaboração de algum desses projetos, um cuidado um pouco maior com aquilo que é pensado, feito e principalmente sentido, seremos a própria evolução das máquinas, e assim como elas não teremos qualquer sinal de emoção. Quem desconhece o valor que um outro ser humano pode lhe oferecer se apega rapidamente a toda sua materialidade mas esquece que nem só de bens vive o homem. Aquele que se enche de fortunas e esquece que a maior fortuna que se pode obter é o encontro com a sua própria alma e a vontade inexplicável de se contemplar a vida, pouco a pouco definha em meio aos seus próprios metais. Mas aquele que enche a sua vida não de bens mas sim com o bem, se torna eternamente rico e prospera da alma pra fora. Estamos em constante evolução e isso é inegável. Mas não podemos esquecer que se não levarmos conosco a nossa essência, a essência humana, tal evolução se tornará a extinção da nossa espécie. E sinceramente, seria lamentável ver uma raça que tem tudo para mudar o mundo de forma tão excepcional como já vem sendo feito, ser inutilizada por sua própria falta de conciliação consigo mesma. Diante disso, vamos ser um pouco mais claros: Vamos sim ser ágeis, observadores, analíticos e inteligentes. Mas antes de tudo isso vamos ser um pouco mais sentimentalistas. Vamos dar valor também aquilo que não se pode ver, apenas sentir. Devemos lembrar que o ar é o que nos mantém vivos, e mesmo assim sequer o vemos. E assim como o ar, tudo aquilo que sentimos não pode ser visto, mas é aquilo que nos torna diferente de máquinas como esta na qual você tem acesso a este texto nesse exato momento. Evoluir é fundamental. Mas não mais fundamental do que ter sabedoria suficiente para poder administrar a separação entre possuir bens e transmitir o bem. Se não estivermos prontos para lidar com aquilo que sentimos jamais estaremos prontos para lidar com aquilo que consideramos como melhoria para a nossa própria gente; O nosso próprio povo; A nossa própria raça. Não digo somente a raça humana. Mas sim a raça sentimentalista. A raça que acima de tudo possui dentro de si uma alma. E que dessa alma fará verdadeiramente aquilo que chamo de continuidade da nossa espécie.