Estava num desses passeios sem destino,... Pamela Cristina Belai Ginez
Estava num desses passeios sem destino, sem hora de chegar ou retornar. Andava por aí distraído e despreocupado. Então á vi, parada do outro lado da esquina, como se estivesse me esperando ou pior como se me conhecesse. Minhas mãos suaram frio, uma sensação de embrulho no estomago e um coração batendo a mil por hora, não era essa sensação que sentimos quando estamos apaixonados? Mas esse não era o caso, quanto desdém. A minha vida toda, me julgaram pelo o modo como eu me vestia, agia e ironicamente o modo como amava. Todos os meus fracassos, meus erros, tudo o que eu queria esquecer nem que fosse por um período curto de tempo, não foi possível, afinal qual era a necessidade das pessoas jogarem na minha cara o tempo todo? Como se isso fosse mudar alguma coisa. Um turbilhão de coisas passavam pela minha mente, o rosto da menina, que se recusou a brincar comigo na terceira série pairava na minha cabeça, porque? Qual era o meu problema? Minha infância perturbada, minha adolescência insana, me fizeram de mim uma pessoa fria, ignorante, anti-social e confesso com uma natureza, rancorosa e vingativa. E todos aqueles analgéticos, me inibindo da dor, pena que temporariamente. Todo aquele álcool, me fazendo esquecer o quão eu estava perdido e sozinho, preso nas lembranças boas. Mas agora nada disso me importava, depois de tanto tempo, encontrei a cura definitiva pra minha dor e agora estava indo em direção a moça que me esperava na esquina pacientemente. Olá Dona Morte.