Ás vezes me pego perguntando ao meu... Pamela Cristina Belai Ginez
Ás vezes me pego perguntando ao meu reflexo “que diabos aconteceu comigo?” Há algum tempo atrás eu era umas daquelas garotas que ficavam no meio de rodinhas, observando como o cabelo de fulana era feio e como o professor andava engraçado. Saia nos finais de semana, curtia com a galera e até paquerava aquele gatinho da escola. Dançava ao som de Rihanna e Lady Gaga e mandava a ver no refrão de Last Friday Nigh, da Katy Perry. E veja agora, perdi toda a vontade de sair da cama. Comer virou uma obrigação, uma obrigação rotineira. Ando com a pele pálida, com olheiras debaixo dos olhos, mesmo tendo dormido o suficiente. Que a verdade seja dita, nem me reconheço mais. Nem ao menos me lembro qual foi a última vez que ri de uma piada, que escovei meus cabelos ou passei um batom. Num momento eu estava ali fofocando com algumas amigas, no outro eu estava no meu quarto debruçada sobre o travesseiro, chorando quietinha pra ninguém ouvir, por um motivo que não fazia nem idéia de qual era. Completamente perdida, e confusa. Assim que eu passei a me descrever. A única certeza que tinha, é que estava ali viva .. respirando, ainda. A tristeza batia de repente e de uma forma grosseira, era como uma depressão, vinha sem motivo e ia sem explicação, era tão confuso, eu cheguei á pensar que estava enlouquecendo. Qual é, eu sempre fui uma guria forte, nunca deixava-me abalar por qualquer coisa que fosse, e agora, logo agora, no auge da minha vida, o momento em que eu deveria estar agindo como uma garota normal, deveria estar no shopping comprando aquelas roupas de grifes, mas ao invés disso eu estou trancada nesse cômodo escuro, com as janelas fechadas e o meu travesseiro encharcado. Mamãe acha que estou ficando depressiva, vamos colocar as cartas na mesa: concordo com ela. Mas assim, sem motivo? Como pode meu Deus, eu procuro alguma luz que possa me tirar desse abismo que caí, mas parece que quanto mais eu tento, mais escuro se torna o túnel. Eu tento levar uma vida comum, tento sorrir quando me cumprimentam ou quando elogiam a minha cor de cabelo, mas é um saco ter que fingir algo que não sou ou melhor já fui. Mas deixei de ser assim, há tempos. Se alguém souber a fórmula para a felicidade, favor avisar-me, antes que seja tarde, o coração ainda bate, mas não sei por quanto tempo nós vamos resistir. É como um fio prestes a se arrebentar, e como não há ninguém segurando a outra ponta, está sugestível a se romper.