Pediram modestamente para que eu... Danilo Passos
Pediram modestamente para que eu exemplificasse os meus sentimentos íntimos. Hesitei, estampando um olhar sereno e dispensando os traços lineares de um sorriso que poderia estampar o meu rosto. Por alguns segundos, pareci-me com um manequim fitando um nada, por justamente, não ser um nada. Mas, esta reação que se formigava em meu rosto, não se assemelhava nem um pouco, com as reações que dançavam em meu íntimo, com as emoções que gritavam dentro de mim. Sentimentos, são tão peculiares, ora eles te elevam a um êxtase em que impulsiona ao ápice da felicidade, ora, eles te derrubam ao ponto mais profundo do seu bem-estar, fazendo-lhe, por um pequeno instante, sentir-se como um resto no meio dos restos. Esta é a verdadeira diversão de se ter sentimentos: tornar-se a mais bela pomba branca, quando sua felicidade reluzir abundantemente ou virar o amargo verme que necessita dos ardorosos restos para a sua sobrevivência, quando você se frustrar.
Pediram honestamente para que eu exemplificasse o que eu estava sentindo e, de uma fisionomia estática, abri um pequeno sorriso, mudei de assunto, indagando uma conversa sobre os temas mais engraçados da vida, enquanto fitava todas as belezas de um mundo afora da janela que estava próxima a mim.
Depois, descobri que tornou-se necessário maquiar as sensações gratificantes, ou seja, tudo que vivenciei, pois, no fim de tudo, você descobre que tudo foi tudo, e que sem esse tudo, você é um nada.
E não pode deixar esse nada te destruir, para tanto, você deve sorrir.