Prefiro repetir as palavras do que... Rogerio Dutra
Prefiro repetir as palavras do que cometer os mesmos erros. Prefiro criar ideias a copiar textos. Se bem que já me disseram que tudo aquilo que a gente pensa ou inventa, alguém em algum momento já idealizou divulgando ou não. Plagiar, nunca; copiar, às vezes; repetir, só o que é benigno; falhar, nunca é bom; esquecer, o que nos deixa triste e lembrar, quem a gente ama.
Me inspiro naquilo que me faz feliz, se bem que a melancolia às vezes também me guia a inventar poesia, assim como a nostalgia inspira poetas que se entristecem com saudade de algo bom.
E por falar em saudade, vi um dia desses, uma foto de um amigo jogando taco, lembranças de garoto em Cabo Frio, assim como bola de gude, pião e soltar pipa (com cerol e puxar pela rabiola), rodar o baleiro com atenção de quando o baleiro parar, por a mão e pegar a bala mais gostosa do planeta, antes que a sorte se intrometa. Tomar Crush ou Grapete, mascar dois, três, quatro chiclete, fazendo uma bola dentro da outra.
Saudade da primeira onda, da primeira matinê, da primeira reunião dançante, dançar juntinho de olho fechado, dois pra lá e dois pra cá, do primeiro beijo e da primeira namorada.
Ainda na adolescência, em Porto Alegre vim parar, minha namorada diz que já sou Gaúcho, tomo Chimarrão na Redenção, falo Bah!!! e ouço TNT, Replicantes e Cascavelletes, junto com Legião.
Ah!!! Minha namorada. Também veio do Rio pro Sul, destinos traçados, encontro marcado; mas ela ainda puxa o erre e chia, não toma Chimas, mas ela é tudo de bom, só tem um defeito, é flamenguista, que decepção.
Estou ficando preocupado, hoje me lembrei dela no almoço, comi a salada que comemos juntos semana passada e de noite fui jantar, pedi uma original bem gelada que ela iria gostar, assim como uma ala minuta com bife acebolado e como ela foi pra academia, tive que ligar pra tripudiar. Lembro-me dela, quando escrevo. Ela me inspira poesias com ou sem rimas. Como é bom lembrar-se de quem amamos.