Sinto falta, mesmo, de quem de mim... Clara Furtado
Sinto falta, mesmo, de quem de mim também sente. Se visivelmente vejo que não nota a minha existência, faço exatamente o mesmo.
Valorizo quem me dá valor. Se mostra que não se importa comigo, deixa de ser importante para mim.
Não mendigo atenção de ninguém. Se não me der de livre e espontânea vontade e de coração, não vale a pena ter.
Se não me liga, eu também não ligo, se não me olha, eu também não olho, se não faz por mim, eu também não faço, e não é insensibilidade ou frieza, pelo contrário, tenho sangue quente correndo nas veias, mas hoje eu sou, aprendi a ser, a vida me ensinou e por pura necessidade, bem prática.
Para ir de volta, tem que vir primeiro. Posso querer loucamente, sentir quase que incontrolavelmente, mas se não houver retorno, com toda a minha sanidade de quem se ama em meio à loucura de quem ao outro ama, guardo o que sinto em um lugar bem frio, gelado e vou praticando o "não dou a mínima", embora, por dentro, tudo o que sinta é raiva por querer demais oferecer toda a ternura, e por ter tanto amor próprio, não me permitir agradar.
Sou extremamente romântica e sempre serei, mas, pelo que me consta, deixei de ser burra há muito tempo.