Permanecer nos aforas da metrópole a... Rosemary Chaia
Permanecer nos aforas da metrópole
a adivinhar a gramática do silêncio
e sentir a imobilidade daquele chão
- de terra batida.
Perceber a sombra da tarde
prenunciar a aproximação da noite,
sol se estirando preguiçoso,
sonolento, para os lados do horizonte,
deitando atrás da montanha...
Esperar o sono para saber a hora de dormir.
Dispensar palavras, para não quebrar o encanto.
Sonhar, sonhar e sonharcom acordes
- e sem necessidade de ensaio ou pauta musical.
Enfim, ter uma vida além dos seus limites,
medianamente adjetiva,
condenada apenas à felicidade.
Bendito chão mineiro a me purificar a alma!