Pior que cair em um buraco é insistir... Christina Corrêa

Pior que cair em um buraco é insistir em permanecer nele. Não querer dar o braço a torcer, sabe? Tem gente que tem essa dolorosa mania de gastar todas as fichas, de não saber a hora de parar, não ter limites.

A história já chegou ao final e você fica insistindo em dar mais uma chance, porque talvez aquela pessoa mude, talvez você realmente estejam destinados a ficarem juntos, talvez ela se dê conta e perceba a burrada que tem feito em te deixar escapar pelas mãos, talvez dessa vez seja diferente. Talvez nessa décima tentativa, ela caia em si e perceba que te ama de verdade. E então você tenta mais uma vez, duas, três, quantas vezes forem necessárias. Aposta, briga com quem duvida que dessa vez dará certo, porque você realmente acredita que agora vai...

E não vai.

Nós sempre achamos que vivemos em uma daquelas comédias românticas em que, antes do filme terminar, a outra pessoa acaba se dando conta que você é a outra metade dela, que não consegue viver sem você. E por mais que a gente insista em dizer que não, no fundo, bem lá no fundo, todo mundo fica ali esperando aquele beijo cinematográfico, esperando escutar aquela música de fundo, e até os aplausos e suspiros no final.

E você esperou... Esperou... Esperou...

Mas, na verdade, a história não pode ser diferente quando os personagens são os mesmos. Insistir no que já deu errado é anular todas as possibilidades do certo poder chegar. E você anulou. Anulou quando deu aquelas trezentas chances para quem talvez não merecesse nem mais uma.

Nesse momento você começa a perceber o tempo que perdeu, as oportunidades que deixou passar, as pessoas que não enxergou por simplesmente achar que estava com quem deveria estar. Porque a gente sempre acha que sabemos o que é melhor pra gente e o mundo está sempre contra nós.

Só que a vida mostrou sim. Mostrou em todas as tentativas erradas que aquela história não era para continuar, porque o que realmente é pra ser acontece. Vem fácil, sem preocupações, sem choros, sem dor de cabeça, sem inseguranças. Quando é pra ser, vem sorrindo. O problema é que a gente passa tempo demais procurando em figurantes atitudes dignas de personagens principais.