Sempre que há um crime bárbaro a... J. Loival

Sempre que há um crime bárbaro a sociedade se alvoraça para que alguma coisa seja feita, nesse momento o pode expiatório são os adolescentes infratores e criminosos (aqui, ressalta-se que não é nenhuma defesa a criminosos). Parece-nos que a sociedade perdeu o controle sobre essas crianças e jovens. Jovens matando, jovens se drogando, jovens estuprando, jovens roubando, jovens matando os pais, jovens queimando ser humano vivo, enfim a lista de crimes é enorme. Porém o que se pergunta nesse momento é de quem é a culpa?A criação dos filhos foi terceirizada e sobre isso escrevemos: http://docafezinho.com.br/?p=20179). Ao nosso entendimento os pais transferiram a educação dos seus filhos aos professores, babas, creches, secretárias do lar, avós, irmãos, vizinhos etc. Por outro lado, o Estado, por meio, Estatuto da Criança e Adolescente – ECA, também avocou para si o direito de educar os nossos filhos, e sobre isso, agora todo mundo entende de criação de filhos, e alguns que se acham especialista resolveram dar a sua opinião.



Mexer no ECA é uma das alternativas para desmontar esse caos que tomou conta das crianças e adolescentes, mas não é tudo, isoladamente não vai resolver o problema, pior tende a agravar a situação. (as grades não educa ninguém, pelo contrário ali é uma pocilga para acomodar gente, é um dos Institutos de Ensino mais renomado do mundo para se formar pós-doutorados em marginalidade – os ser humanos entram ali inocentes e sem doutores -, principalmente agora, quiçá, os políticos ladrões do dinheiro público passem por lá, pois quem hoje faz parte da população carcerária do Brasil são os pequenos infratores, os maiores estão por virem. Esses quando, se, chegarem serão professores renomados na escola do crime contra o erário, esses mestres da roubalheira do dinheiro público vão formar os criminosos de menor potencial. Esse povo deve ficar em jaulas isoladas e ficarem incomunicáveis, pois são da mais alta periculosidade). É jogar para a plateia para dar uma satisfação para a sociedade. E isso não é sadio e não é pertinente para o momento. Então qual é a saída?



Nesse diapasão, também, os filhos, principalmente esses que tiveram sua educação terceirizada, resolveram terceirizar os cuidados com seus pais – já idosos -, também sobre isso escrevemos: Estamos preparados para o nosso envelhecimento? http://docafezinho.com.br/?p=21039 ).



A questão é que estamos doentes. A sobrecarga de trabalho, o caos no trânsito, o péssimo habito alimentar, a falta de tempo para fazermos exercícios, a falta de mobilidade urbana, a falta de tempo para cuidar dos filhos, a competitividade, as exigência do século 21, a falta de tempo para o convívio social, tudo isso tem provocado um enorme rombo em nossas estruturas biológica, fisiológica, sociológica, orgânica, enfim a nossa saúde está debilitada. O estresse tomou conta de nossas vidas, entrou como um furacão e se instalou no nosso cérebro e não quer sair. Também sobre esse tema escrevemos: http://docafezinho.com.br/?p=20991 ).



Por tudo isso, é que entendemos que não se dá para discutir o problema da maioridade penal sem discutir as outras questões que fazem parte desse emaranhado sistema chamado: Convivência em sociedade. Um assunto depende essencialmente do outro. A questão é como diminuir nossas atividades, já que não há como esticar o dia, alguma coisa nesse processo foi e continuará sendo sacrificado, e pelo visto foram os filhos as vitimas desse sistema perverso chamado: produtividade; competitividade; sobrecarga de trabalho e outras atividades.



Não é mandando jovens para a cadeia ou para a forca que os problemas serão solucionados, esses jovens, assim como aqueles que foram exterminados por alguns jovens, são tão quanto vitima dessa modalidade de criação dos filhos – terceirização. O resultado é esse. A violência e as drogas estão tomando conta desses jovens. Que futuro os espera? quem vai comandar e gerir novas fontes de riqueza para sustentar os idosos?



Por isso, esperamos que as autoridades desse país reflitam sobre a demanda, cujo estrangulamento não se trata apenas do ECA e sim de um contexto e da variáveis: Tempo; emprego; competitividade; segurança; produtividade; carga horária de trabalho; saúde; transporte público; mobilidade urbana; educação; consumismo; ensino. Enfim os itens dessas violências dos jovens passam por aí. Quiçá, o Estatuto da Criança e Adolescente seja o último a ser alterado.

Que país é esse que não cuida dos seus jovens?