Muito antes de existir Facebook, Orkut e... Idenir Ramos
Muito antes de existir Facebook, Orkut e Google eu já me deleitava com a escrita, e assim como muitos escritores eu escrevia para organizar meu pensamento e dialogar comigo mesmo, sem pretensão alguma, apenas um hobby e isso me proporcionava uma alegria tamanha que seguidamente a euforia dançava em minha mente. Não vou dizer que sei escrever bem, pois ainda tenho muitos atritos com a gramática e considero meu estilo demasiado árido e obtuso, ademais cometo muitos pecados que um bom escritor não pode se dar ao luxo de cometer, como por exemplo: o vicio de linguagem, esse infeliz me assedia em quase todas as linhas. E não é só isso, vários outros obstáculos surgem no meu caminho, outro exemplo: Quando leio um escritor clássico logo penso, Céus, estou a milhas de distância dele!
Entretanto esse pensamento, conquanto difícil de silenciar, encobre um grande segredo que só quem se dedica a profissão de escriba pode aprender: exprimir-se provoca catarse. Nosso imortal do Bom Fim, Moacir Scliar, foi quem me ensinou isso numa crônica da Zero Hora a uns bons anos atrás, talvez perto de dois mil e oito. Quando li o texto e deparei-me com a palavra catarse logo percebi que aquilo falava diretamente a minha alma, aquele canal de comunicação havia feito um milagre e Moacir fora o sábio escolhido para me revelar tal mistério.
Eu ainda não estava familiarizado com a palavra catarse, então avidamente abri o Aurélio e “voilà”; catarse - liberação de pensamentos e emoções que estavam reprimidos no inconsciente, seguindo-se alívio emocional. Subitamente pensei, então é isso o que sinto quando escrevo é esse o grande motivo pelo qual os escritores escrevem, aquela sensação de euforia que sinto é catarse.
Depois daquele dia passei a escrever com mais vontade ainda, com mais paixão, com sangue, com verdade.