Criança. A melhor idade entre todas. A... Heloisa Burtet
Criança. A melhor idade entre todas. A mais divertida, sem dúvidas. Era tão fácil chegar no céu, quando brincávamos de amarelinha, tínhamos os joelhos ralados, mas que doíam bem menos do que nosso coração. Vivíamos sem medos, só queríamos ser felizes. As brigas, eram constantes, mas todas por -hoje seriam- motivos tolos, que não passavam além de 5 minutos, até que tudo voltasse ao normal. Sabíamos que se o tempo não parasse, nós o parávamos. Tempos de risos e sorrisos, maiores até do que a própria boca. Anos em que voávamos sem tirar os pés do chão. Época de abraços fáceis, atitudes generosas, pessoas verdadeiras, pensamentos leves, mentes puras, de brincar até cansar, de rir até doer a barriga, de imaginar desenhos nas nuvens, e imaginar que essas, eram feitas de açúcar, como algodões-doces. Agora crescemos, e esse bom tempo, virou apenas lembranças. Deixamos nossas vidas de lado, esquecemos de que na vida, o importante é o que você pensa sobre si, e que se isso está nos conformes, não há ninguém que possa mudar. Saudades daquele tempo, onde não sorríamos apenas para as fotos ou para fingir estarmos bem. Quando éramos felizes e não sabíamos, tempo em que só queríamos crescer, crescer depressa, porque imaginávamos esse mundo de gente grande, bem mais divertido do que é realmente. Onde éramos livres e felizes por poder brincarmos um pouco mais antes de entrar em casa, onde tínhamos o mundo no nosso quintal, agora temos tudo em nossas mãos, mas estamos presos e não sabemos como nos libertarmos. Fomos perdendo a simplicidade, onde se encontra amor, paz, felicidade e se não encontrássemos, inventávamos. Nunca mais teremos aquela vida perfeita novamente, melhores dias, melhores sorrisos, melhores anos, melhor tempo. Aquelas lágrimas que rolavam em sua face, por não poder brincar, por não ganhar um novo brinquedo, por não poder comer mais um pouco de chocolate. Infâncias que não sabiam o que é passar o dia em uma máquina chamada computador, não sabiam que você pode se divertir jogando, sem ter que sair de casa ou convidar alguém. Mesmo sem saber de tudo isso, éramos felizes, as brincadeiras surgiam conforme sua imaginação, você conquistava novos amigos, quando saia na rua para jogar uma partida de bola, ou pular corda. As infâncias de hoje, não podem ser consideradas "infâncias", porque não se tornam os melhores momentos de sua vida. Que pena, só descobrimos que ser grande é quando somos pequenos, pois quando crescemos, tudo cresce junto e nos tornamos pequeninos nas dimensões que o mundo coloca.