“Eu juro, eu tava tentando ser o... Bárbara Barros
“Eu juro, eu tava tentando ser o melhor pra ela.
Mas é que sei lá, o sufoco vem à tona. Essa coisa de liberdade como prioridade, de respirar um pouco, sabe?! Eu a amo muito, mas ela não entende nada de gaiola. Amor não é isso, essa posse doentia que nos cerca. Eu amo tanto ela… mas tanto, que gosto de sentir essa falta que ela me faz quando não estamos juntos. Mas ela não entende, acha que meus olhos vão encontrar outros, ou melhor, outras. E mal sabe que eu só vejo ela, que só olho nos olhos dela. E mesmo que eu olhe para outras, olhar é diferente de enxergar.
E depois de todo aquele desencontro eu me afastei. Fui voando por aí, tipo passarinho esquisito que acaba de sair da gaiola com as asas cortadas. É difícil aprender a voar de novo. Mas depois de um tempo a gente acerta no voo. Vai aprendendo a voar sem olhar para trás, sem medo de cair, somente voar e sentir o que o mundo tem para nos presentear.
Ainda penso na minha menina. Mas ela tá lá, presa naquela gaiola que ela inventou para si mesma. Sem saber o que é voar, sem saber o que o amor verdadeiro e livre tem para nos dar.
Um dia eu a encontro por aí, nesse imenso céu rodeado de pássaros. No dia que ela virar passarinha, abrir a gaiola e se permitir amar e voar comigo. Porque o amor verdadeiro é livre, e amar significa ter liberdade suficente para voar e voltar.”