CHALANA, MULHER E CANÇÃO. Quero ser o... Edmilton Pedroso
CHALANA, MULHER E CANÇÃO.
Quero ser o rio vagaroso
Curvado, reto, nervoso.
Só para em mim navegar
Quero vê-la flutuando, em mim seu corpo banhando,
Tranquilo eu quero estar.
Por essas minhas águas mansas.
Te levar em segurança, apenas pra não se cansar.
Como mãos de rebojo d´água.
Embalo seu corpo por nada.
Só pra contigo ficar.
Menina chalana dourada.
Sou rio, sou sua estrada.
Segue seu rumo por mim.
Nos redemoinhos que faço.
No prazer, no abraço.
Fazer você revirar.
Envolvo seu corpo em meu líquido.
Da mais alta pureza, limpo.
Para nunca a tristeza chegar.
Depois de um dia frenético,
Dispor meu tempo acho ético.
A sua disposição.
Fazer-te carinhos em ondas.
No meio daquelas sombras.
Seu corpo transformo em mulher.
E da mulher que viraste,
Tem outra composição
Uma nota de anjo
Pra transformar em canção.
Dos fios de cabelos dourados,
Acordes ecoarão.
Por conta de um outro toque.
O toque do coração.
De um grito, gritado pra dentro
Sufoca a mata e o vento,
Como se fosse um meu.
Mas não usarei minha boca,
Nem mesmo qualquer instrumento.
Eu uso o que vem de dentro.
E uso os lábios seus.
Farei um arranjo de tudo.
Um canto calado, mudo.
Usando uma nota só.
Farei um arranjo de flores.
Com a melodia das cores.
Pro meu amor declarar.
Você já foi música outrora.
Estas de novo, aqui, agora.
Dentro de nova inscrição.
Chalana, mulher e canção.
Do fundo do coração.
Não é desejo ou paixão.
É um simples amor assim.
Venha, se jogue, acredite.
Sou rio de águas turvas.
De tantas retas e curvas.
Que só quer que navegues em mim.
29/08/2013 - 00:53
Edmilton Pedroso