O grande eclipse disfarçado de raio... Pablo de Paula Bravin
O grande eclipse disfarçado de raio solar
Volte seus olhos para os homens do passado, eles não tinham nossa tecnologia, nosso acesso às informações e tampouco nossas ferramentas de otimização de tempo. Porém, se os compararmos conosco, chegaremos à conclusão de que eles possuíam um raio de conhecimento maior, eram mais equilibrados e felizes, sem contar que ética e moralmente falando, não podemos ousar fazer qualquer tipo de comparação, pois, a diferença é abismal.
Será que, estamos regredindo? Alienando-nos? Não somos mais quem costumávamos ser? A humanidade está sofrendo um processo de descaracterização de sua essência?
Vivemos uma falsa evolução, onde os carros alegóricos aparecem recheados de invenções computadorizadas aos nossos olhos, buscando nos encantar e nos esconder o que está por dentro desses “automóveis”, que é o câncer causador de todos os problemas do mundo e principal culpado pela regressão da humanidade.
Em nossa sociedade, tudo é falsidade: falso moralismo, falsas promessas, falsos livros, falsários no poder, oh triste realidade, o que seria de verdade nesse nosso mundo? Agora posso entender Descartes, pois, só o pensamento nos faz existir, em um mundo de inexistência total.
As pessoas pensam que tudo está bem, devorando bolachas e guaraná em suas confortáveis poltronas enquanto o mundo está em guerra.
Guerra esta, que matou e continua matando os nossos irmãos, filhos de uma mesma mãe, que pranteia por enxergar o quão longe estamos daquilo que ela acreditava como ninguém, que poderíamos ser.
Confesso que meu lado emocional ainda preserva um fio de esperança, embora o racional insista em tentar me deixar desacreditado. Mas, não posso me conformar com a apatia da maioria das pessoas, que vivem apenas por viver, como se o mundo fosse um parque de diversões, com algodão doce, pirulito e maçã do amor, cabendo a eles, aproveitarem o ingresso ao máximo e não se preocupar com o amanhã.
E no fim, ter uma vida banal e burocrática, daqueles que não tiveram audácia e intrepidez para lutar por algo que realmente valesse a pena, rolando como batatas em um despenhadeiro, prontas para serem pisoteadas sem poder reagir.
Assim como uma moeda, que tem duas faces, nossa vida também é constituída de um paradoxo, e a diferença entre heróis e vilões está em suas respectivas escolhas, escolhas essas, que refletem no espelho, a verdadeira face de cada um.