Os valores vigentes estavam todos... Mary Princess
Os valores vigentes estavam todos virados do avesso. O mundo, em suma, está. A conotação de amor é bem distinta do que se dizia muito antes ou eu é que abracei um sentimento que não existe, ao menos não da maneira que pensava. Amor era para sempre, um mútuo comprometimento, centrado na entrega total. Não se pediria nada em troca porque na matemática do amor nunca se perde quando as portas do coração estão abertas. Entretanto, os amores mais bonitos tinham o fim mais trágico, duravam a eternidade porque os laços se rompiam antes que a decepção metesse as colheres.
Os amores de plástico e suas frases clichês eram a mediocridade pairando nas redes sociais. Aquele amor machista, determinado, calculado, não aquele amor a transbordar pelos lábios dos amantes, aquele amor visceral, sem efeitos e enquadramentos, jamais tendo o sentido aprisionado em uma frase de 140 caracteres. O amor a que brevemente menciono é aquele que já se perdeu. Com base no companheirismo, no sentido bruto do incondicional, esse amor eu não encontro mais porque a moda é postar as boas ações, afinal, elas valem curtidas, compartilhamentos e quem sabe um convite para sentar na poltrona daquele programinha fútil que vai ao ar antes do almoço. A caridade tem um preço, uma intenção, mas não desprendida. Esse mundo não é para mim.
Dilemas de um quase amor