QUANDO AS ALMAS SE ENCONTRAM Dei me... Ricardo Pinto
QUANDO AS ALMAS SE ENCONTRAM
Dei me conta do imaginário alcançado
Sustentado por sua doce presença
Esquadrinhei minha linha do tempo
Precedendo a sua personificação
Surgia por entre véus
Despontava na leveza de uma pluma
Brilhava num sonho adolescente
Alimentado pelo conto de quem me fazia fé
Cri na existência da alma gêmea
Amando-a desde sempre
Mas as estações rodopiaram
Sucederam-se procelas
E noites sem estrelas
Barco sem rumo
Fé a deriva
Fundeando porto franco
Mirei travessias
Busquei a maior aspiração
E encontrei mais, muito mais
Surgiu por entre véus opacos, em céu nublado
A pluma densificou-se, desmoronou
Mas uma pequena chama, ainda que sufocada
Perpetuava o sonho adolescente
E trazia o todo que não se espera, que não se imagina
Para renascer na maior de todas as auroras
Clarificando duas almas
Disfarçando-as em uma só.