O amor me hostiliza. Estou em guerra com... Mary Princess
O amor me hostiliza. Estou em guerra com o silêncio. Quantos dias eu ainda terei de lidar com o impasse, nem sequer posso prever. Bom se fosse o último, se o travesseiro não precisasse mais secar minhas lágrimas, aquelas que durante o dia eu finjo não ser parte de mim, quando cumpro minhas atividades e ao lado dos meus amigos tento ser alegre e me mostrar forte, para que ninguém se preocupe comigo.
Com os pés no chão, sem ver o que você nunca mostrou. Eu deveria ter me comportado como uma adulta. Mas você disse que me amava. Sem desconfiança, te correspondi. Você ainda estava no passado, por que não me falou que nada estava resolvido? Por que sumir e me deixar à deriva sem qualquer resposta?
Usar-me para ocupar o espaço deixado foi um jogo muito sujo da sua parte, eu esperava bem mais de uma pessoa que se diz tão culta e madura. Você não é nada disso. Sim, eu te digo que você é tão imatura quanto eu, porém eu nunca te prometi que substituiria sua amadinha, eu nunca tive essa presunção. Queria marcar, te fazer feliz da maneira que podia. E eu me esforcei, sei que sim, também sei que chorar por você é criar mal estar, sensação de pena e eu não quero que você tenha “pena” de mim.
Você não gostaria de estar no meu lugar, teimar com a culpa, reconhecer as próprias fraquezas e declarar que está completamente sozinha. Estou sim. Dessa vez, entretanto, é pior do que as outras porque antes eu tinha a esperança de que algum dia eu encontraria que fosse me amar de verdade e agora eu não estou certa de mais nada, apenas com medo de ser sempre um tapa-buraco na vida dos outros, sem deixar lembrança alguma, apenas passar, exatamente como um segundo faz, passar e ninguém perceber.
Vejo-te tão feliz nos braços dela, não posso evitar a dor. Eu ainda queria o seu amor, como eu queria. Ser ela, para que você me amasse sem fugir. Para não ser a criança boba que ficou sem doce, que perdeu a boneca preferida. Talvez não passe de uma inveja boba, querer o que vai perder a graça. Talvez não passe de uma efêmera paixão de estudante.
Dilemas de um quase amor