Ensaio sobre a razão Tudo que havia... Pablo Gabriel Ribeiro...

Ensaio sobre a razão

Tudo que havia para ser dito, a principio já foi falado, tudo que havia para ser escrito, a primeira vista já o foi feito, já possui seu espaço preenchido. E se hoje vive, é por que um dia certamente estava morto e se hoje morre, um dia talvez fosse considerado belo.
O caminhar do tempo, não nos prova absolutamente nada, no máximo nos entristece. Por nos mostrar o tamanho de nossa insignificância no universo! O tempo, o tempo não ensina e ele nada nos convence, são nossas escolhas e nossas mal faladas palavras, nossas atitudes diante do improvável que nos define inevitavelmente.
Se a evolução faz parte do homem, como explicar que tantos ainda insistam em viver na ignorância parcial ou total sobre a vida, caracterizando o mais primitivo dos pensares. No qual mostra a fraqueza humana diante do contraditório, a falha que existe no ego, proporcionando um verdadeiro espetáculo de soberba.
Afinal, o que seria do mundo moderno e de seus seres pensantes e racionais, se não fosse à existência da própria duvida? Bem estar, ética, amor, coerência, certo e errado, o homem moderno faz questão de exaltar seu pensamento perfeito sobre o mundo. Enaltecendo suas virtudes e faz questão de gritar para o nada, que é o único ser racional da terra.
Sendo assim questiono-me qual a racionalidade de ser superior se o objetivo é sermos iguais. Somos uma espécie que supostamente, temos o livre arbítrio, em um mundo aonde a liberdade é vigiada, calculada e administrada, com o intuito de uma “ordem” a ser mantida. Seria possível então dizer realmente que somos seres livres? Se o que ocorre realmente é uma pujança de regras, que nos impedem de fazer realmente o que desejamos ou pensamos ser certo para o momento.
Em sua era primitiva, na qual se considerava estarmos em evolução, tínhamos a liberdade de fazer qualquer coisa. Nada nos impedia de ir ou vir, o ser humano caçava, era infiel e se necessário matava para fazer sua tribo prevalecer em determinado território. Não era julgado ou considerado imoral, alias, imoralidade era uma palavra que não tinha significado algum na época.
Lógico, guardada as devidas comparações, com suas respectivas épocas, o questionamento é simples, com o pensar, a chamada inteligência, perdemos nossa liberdade com o passar do tempo ou nos privamos de certas atitudes em razão de um pensamento conjunto. Pois me digam, aonde o interesse social, prevalece sempre sobre o interesse próprio?
Gosta-se de pensar e dizer que o ser humano é imagem e semelhança de Deus, mas alguém considerado normal em sua plenitude mental, já viu Deus para fazer tal afirmação? O homem moderno acomoda-se na ideia banal de que o mundo gira, para as suas vontades e não de que ele faz parte de um todo. Um organismo único e vivo no qual o equilíbrio é a palavra chave, para o bom funcionamento da vida.
É neste ponto que chegamos a um fato, no qual a discussão se estende por séculos, ciência e fé. Não é de todo erro afirmar que o homem a partir do momento que foi adquirindo inteligência, começou a se questionar sobre sua existência. Logo seu pensar mostrou que não estamos teoricamente sós no universo, aumentando com sua inteligência, também sua ignorância.
Por mera consequência começou o culto a lua, o sol e terra, mas não bastando isso, criou-se o mito homem! Deuses de carne e osso, pois nunca nos passava pela cabeça que seres dotados de inteligência, um Deus, não serem a própria imagem do homem, uma amostra do seu próprio ego e sua autoafirmação de domínio sobre as criaturas terrestres.
Tais pontos servem apenas para firmação da figura caricata que somos, tentando dia a pós dia, firmar posição firma de certezas nem sempre verdadeiras, somos homens, somos deuses e quase sempre mortais. Nunca nos imaginamos como uma partícula muito pequena de um todo, assim sempre tentando fazer se sobressair diante do próximo. Somos o reflexo de nosso pensar e quase sempre a figura da ignorância.