O lugar onde eu vivo. A globalização... Darlan Xavier
O lugar onde eu vivo.
A globalização nos afeta. Em zona rural, também tem carro, tem moto. Bicicleta é passado. Não se vê ninguém andando a pé. Para fazer um percurso de cinco minutos, montamos em uma moto e liberamos no ar cerca de treze gramas de CO2 no ar em que respiramos. Seria mais saudável se fossemos a pé. Mas ao perguntar algumas pessoas o porquê de andarem tanto de carro e moto, respondem que é para economizar tempo. Mas eu estive pensando e posso afirmar que economizando tempo dessa maneira, estamos antecipando nosso fim.
Há poucos dias eu estava trabalhando na colheita da pimenta do reino, a plantação fica perto da estrada, e eu pude notar que em um período de mais ou menos umas três horas, passaram na estrada da zona rural onde vivo oitenta e cinco motos e dezessete carros. Número absurdamente grande para um local como o nosso.
Pense, pois se cada moto liberasse as treze gramas de CO2 no ar. Seriam aproximadamente um quilo e duzentos gramas desse poluente jogados no ar que chamamos de forma supérflua de limpo. Pessoal, mesmo morando na roça, nosso ar não é limpo, as condições de vida na zona rural não é mais tão pleiteada como antigamente, nós mesmos estamos acabando com a nossa fama de bons viventes, pois nossa qualidade de vida está sendo prejudicada por nós mesmos, que pensamos estar fazendo grande coisa aproveitar os benefícios da nova era, mas estamos é acabando com o maior bem que possuímos, o local onde vivemos.
A alguns anos atrás, as pessoas se reuniam em família e iam passear pelas estradas aos domingos. Eu mesmo me lembro de como era prazeroso ir a igreja com minha mãe, minha irmã, meu pai, minha avó, meus tios, todos a pé, pois era uma diversão andar pelas estradas e se encontrar com os amigos para papear. Os poucos que tinham carro ou moto, ao invés de ir à igreja, iam aos campos de futebol para jogarem bola. Pois parecia que tinham medo de dar carona para os outros. Não parecia, tinham!
Quem tinha um veiculo automotor, o tratava como uma joia. Lavava toda semana, polia, e deixava nos trinques para exibir o possante aos finais de semana. Meu tio conta que sua primeira bicicleta ele ganhou com dezesseis anos, e ainda só podia andar aos sábados e domingos, pois tinha que trabalhar durante a semana. Hoje, hum. Nem precisa falar. Os filhos de papaizinho são presenteados com uma moto aos doze anos de idade. E muitos morrem aos treze por imprudência no transito. Os que não morrem, ganham um carro aos dezoito, mas agora não escapam, morrem aos dezenove (talvez vinte... ou quem sabe vinte e um), porque dirigiram embriagados.
É exceção àqueles que ainda vivem como no século passado, privados dos meios de comunicação, sem ter um veiculo para se locomover, mas ainda somos um bom número. Kkkkkkkkkk!!!.
Afinal. O que eu quero mostrar com isso. Que a indústria automobilística esta crescendo desenfreadamente? Também. Mas o foco implícito é: Nós estamos por demasiado desenvolvidos na zona rural. Isso acarreta coisas boas, mas em muitas ruins também. Pois se aproveitarmos tudo agora e para nós, não terá as próximas gerações do que se suprir.
Sei que controvérsias virão, mas essa é minha opinião.