Carta para um desconhecido I Sim, eu me... Fran Lima

Carta para um desconhecido I


Sim, eu me lembro…

Da primeira vez que eu te vi. Eu até pensei (talvez por brincadeira): esse é o homem por quem tanto esperei. Sei que tu também me notou ali. Depois disso, toda vez que eu te via, meu coração batia acelerado, parecia que queria me dizer algo. E queria. Palpitava forte para me avisar que eu teria me apaixonado por ti.

Então, foi assim: só sua presença já testificava que eu te amava. Mas eu me sentia comum a você. Porém, isso mudou quando o teu olhar cruzou o meu. Nesse momento, eu pude ouvir tua voz, conversar com você. E quando me deu palavras que encheram meu coração, eu entendi que onde quer que fosse, eu iria estar ao teu lado. Então eu descobri que você me amava também.

E eu te amei por um tempo…

Lindos dias foram aqueles, de céu azul e uma brisa gostosa. Ouvia a voz dos pássaros pela manhã e à noite ouvia tua voz. Era só sentir o teu cheiro e tua respiração para reconhecer quem tanto esperei. Esse era você. Pelo menos eu acreditava nisso.

Quando tu me afagavas, me deixavas perplexa. Eu era uma parte completa por ti. Pensava comigo: “E se eu não o encontrasse?”, impossível. Teus caminhos traçavam o meu. Nos meus momentos tristes tu me consolavas, fazia-me feliz. Ao caminhar, tu não suportavas a mínima distância de mim, seguravas firme a minha mão.

Porém, houve um dia em que eu te disse adeus…

Quando olhei em teus olhos, eu vi uma lágrima. Ah! Profunda tristeza você demonstrava sentir. E eu apenas tentava permanecer fria àquela situação. Contudo, já não podia te encarar ou desistir de te abandonar. E você se foi.

Certo dia te avistei. Estavas com uma garota. E aquele olhar que só davas para mim, agora pertenciam a ela.

Eu só percebi o teu valor quando te perdi. Mas hoje eu sofro, pois descobri que ainda te amo. E por mais que eu queira dizer que não, ainda guardo a esperança de um dia teu caminho cruzar novamente o meu.


Hoje você é um desconhecido para mim.